sexta-feira, 25 de abril de 2014

Sem tempo pra zoeira: os desafios dos multiatletas do JUCS
Ecos do JUCS!00:00 0 comentários

Por Ivete Silva e Luisa Pinto

Enquanto tem gente que só vai ao JUCS por causa da curtição e da bebedeira, tem uma galera que rala antes e durante a competição. Atletas que levam o esporte na veia, e não se contentam em jogar apenas uma modalidade, e chegam a partircipar até de três modalidades diferentes. Para eles, ir a Vassouras significa muito mais do que apenas quatro dias de farra. 

Esse pessoal treina muito para fazer bonito em todas as modalidades que competem nos Jogos. Mesmo com uma rotina mais puxada que a dos outros, eles garantem que fazem tudo isso porque amam, não apenas o esporte, mas também a faculdade que defendem. Conversamos com alguns desses poliatletas para descobrir como é se dividir em tantos, mas continuar sendo apenas um.

Por estar envolvida com a Atlética da ECO desde seu início, Helena Bielinski foi a todas as edições do JUCS, e compete no basquete, cabo de guerra e handebol. Ela concilia sua presença nos treinos com o cargo de diretora de esportes, e também foi a responsável pela criação de Bruce, o tubarão que virou o símbolo da delegação da UFRJ. A estudante do 12º período de Rádio e TV conta que a rotina de treinos é bem intensa.

– No sábado, chego às 11h no Colégio Newton Braga e só saio as 15h30, pois temos treino de futsal e handebol nesse dia. No domingo dedico a tarde inteira ao basquete - diz, sem tempo para respirar.

Atleta de três esportes, Helena (camisa 4) criou o Bruce
A multiatleta da UFRJ afirma que, com a proximidade dos Jogos, os fins de semana estão mais escassos. Mas isso não é muito problema para quem ama praticar esportes e acredita que “perder” um dia treinando é gratificante. 

– Acordo muito animada e confesso que anseio pelos treinamentos. Apesar de cansativo, a sensação que se tem depois de um dia de treino é que vale a pena todo o esforço. E se formos campeãs no JUCS, só terei o que celebrar - acredita. 

No entanto, ela indica que se comprometer a jogar mais de uma modalidade atrapalha a curtição no JUCS: a farra, para ela, só começa depois da última partida do dia.

– Até esse momento, temos que nos concentrar no jogo e descansar o corpo - ensina. 

Quando o assunto é abrir mão das noites de diversão em Vassouras, os rivais endossam o coro. Mariá Bottini, aluna da PUC-Rio, também considera que a agitação pode atrapalhar um pouco. O foco deve ser exclusivo em apenas um objetivo: vencer. 

Quando ainda era caloura em 2013, Mariá conquistou o ouro no futsal e no vôlei. Hoje no 3º período, ela foi convidada para ser uma das diretoras da atlética. Como se não bastasse dois esportes e uma diretoria, resolveu esse ano se juntar também às equipes de handebol e basquete. 
Para Mariá (camisa 3), é difícil conciliar quatro esportes e as atividades como diretora
– Você tem que abrir mão de muitas coisas e focar no objetivo maior. Parece bobagem, mas a família, o namorado, os amigos têm que apoiar e entender que você tem um motivo para estar ausente do almoço de domingo, do cinema ou da festa no sábado - constata Mariá.

Do outro lado da Ponte Rio-Niterói, Tauan Salgado pensa um pouco diferente. O aluno de Estudos de Mídia da UFF divide a rotina do curso com os treinos de futebol e futsal para o JUCS.  

Faltando dois meses para os jogos em 2013, Tauan decidiu que iria para Vassouras. Fez gols tanto na quadra como no campo, mas a UFF terminou em quarto lugar nas duas modalidades.

Esse ano o JUCS poderá ser a despedida do atacante: as malas estão quase prontas para um intercâmbio que fará no próximo semestre. Quanto ao fato de aproveitar devidamente seu último torneio antes de embarcar para o exterior, o uffiano não esconde o que pretende. 

– Na teoria seria bom descansar para os jogos, mas sairei e inclusive beberei. Sei que não é um bom exemplo - afirma, consciente da sua responsabilidade.

Enquanto um está preparado para a maratona de festas e jogos, outros dois poliatletas são mais cautelosos em relação à curtição durante o JUCS. Allan Camarov e Bruno Carneiro, da FACHA, disseram que a prioridade deles não é essa e que o foco são as partidas.

Bicampeão de handebol, Allan esteve nas últimas edições dos Jogos e também jogou futebol e futsal. Mas quem hoje defende as cores da FACHA, na verdade é cria da Minerva. O estudante do 4º período de Jornalismo é formado em Educação Física pela UFRJ.

– Cheguei a disputar a seletiva estadual dos Jogos Universitários Brasileiros pelo time de futsal UFRJ. Meu coração é dividido: Fundão e Facha – revela, deixando essa ligação de lado quando está nas quadras: ele foi o goleiro que impediu alguns dos gols dos Tubarões na final do handebol masculino, em 2013. 

Já Bruno faturou duas medalhas de ouro no vôlei e uma de prata no futebol. Além de ser goleiro no campo e ponta nas quadras, em 2014 ele assumiu uma terceira função: ser técnico das equipes masculina e feminina de vôlei. A disposição para encarar a dupla jornada também é explicada em dobro. O motivo  principal é o sentimento pela instituição em que estuda. 

– É muito amor pela FACHA. Não troco essa faculdade por nenhuma outra - disse, convicto. 

A segunda razão é a experiência no vôlei, mais do que justificada pelos 14 anos que passou em meio às redes. Foram nove anos defendendo o Flamengo e cinco no Botafogo, além de ter passado pela Seleção Carioca da modalidade. 

Bruno Carneiro (jogado para o alto)  vai em jornada dupla para o JUCS: goleiro do futebol e treinador do volei

A competência fica mais do que provada quando se pergunta sobre o treinador para as suas jogadoras. 

- O Bruno é um técnico muito bom, tem paciência com a gente e ensina bem. Gostamos muito dele e queremos dar o título de campeãs a ele - contou Julia Abreu, atleta da equipe feminina da FACHA.

Publicitária e estudante de Relações Públicas, Julia também está no grupo de poliatletas. A campeã do futsal feminino em 2012 passou a integrar os times de vôlei e handebol no ano passado. Mesmo tendo feito três dos sete gols que deram a vitória sobre a ESPM no primeiro JUCS, Julia é humilde. 
Julia Abreu, da FACHA, joga três esportes, mas queria mesmo o beach soccer

– No futsal eu consigo quebrar um galho, minha grande paixão mesmo é beach soccer - revela,  ao dizer que joga na praia há mais de 10 anos.

Com tanto atleta já veterano no JUCS, a Uerj tem uma estreante entre os competidores que se desdobram entre aulas, estágio e treinos. Thaiza Pauluze integra a equipe de vôlei e futsal, mas não é tão caloura assim em torneios universitários. A aluna do 3º período de Jornalismo esteve no Super 15 – competição que reúne Atléticas de diferentes cursos do Rio – do ano passado e não ficou de fora das festas.

Beber pouco e dormir cedo: a receita de Thaiza (a terceira sentada, da esquerda para direita) para sobreviver aos Jogos

– Deu para curtir o Super 15 e no JUCS não será diferente. Obviamente cansa muito jogar de dia, torcer pelos jogos do masculino e beber de noite. Mas para jogar bem, eu bebo pouco, vou embora um pouco mais cedo para dormir e me alimento corretamente para repor as energias – conta, ensinando como faz para estar presente em tudo.
Categoria:

0 comentários

Postar um comentário