terça-feira, 29 de abril de 2014

As torcidas se preparam para o JUCS
Ecos do JUCS!08:10 1 comentários

Por Diane Dias e Luiza Tavares

 No livro “Cabeça-de-bagre - termos, expressões e gírias do futebol” o professor Ari Riboldi, define o verbo "torcer" como a ação de "estimular os jogadores do time com gritos, palmas, gestos de mãos e braços, coreografias e cantos, em pleno estádio, como forma de somar, de contribuir, de participar do esforço dos atletas em campo na superação aos adversários e na busca da vitória". Ou seja, a torcida é colocada como combustível dos times, e no JUCS não será diferente: as Atléticas das universidades prometem muitas novidades para impulsionar suas equipes na competição.

 Eleita melhor torcida em 2013, a Uffanfarra, da Universidade Federal Fluminense, foi batizada com esse nome de maneira espontânea, e reflete o espírito  brincalhão e divertido dos seus integrantes. Neste ano vão para Vassouras para defender o título.

Quem foi, lembra: "rasp x..ca, rasp x...ca"

- Nossa torcida virá maior, com muito mais bandeiras, bandeirões e novidades. Se mantivermos o espírito do ano passado, já é meio caminho andado para chegarmos onde queremos. Ganhar a melhor torcida em 2013 foi a coroação de um grande trabalho. Até então, ninguém esperava que pudéssemos ganhar, por isso acredito que a UERJ e a Faculdade CCAA podem surpreender esse ano. Já para pior torcida, aposto nos Talibãs da PV – afirma, entre risos, Hugo Franco, diretor de torcida da UFF.

E por falar nos Talibãs, a UFRJ foi a primeira torcida campeã, no JUCS de 2012. Tradicionalmente conhecida como “Tubarões da PV”, a universidade apresenta um novo tema para esse ano. A ideia surgiu depois de uma situação polêmica entre a UFRJ e a PUC, após uma semifinal tensa de handebol masculino, quando os ecoínos foram acusados de serem agressivos e violentos. Como consequência, as líderes de torcida foram proibidas de entrar em quadra, um jogador foi impedido de disputar a final da modalidade e seus bandeirões foram banidos dos jogos seguintes. 

- Ano passado foi dito que nós éramos violentos e agressivos, esse ano abraçamos essa ideia. Estamos indo basicamente para fazer barulho, vale quase tudo. Esse tema foi legal porque o que aconteceu JUCS passado ficou entalado. Essa movimentação toda animou muito a nossa delegação. Estamos preparando algumas surpresas, eu já acho que vai ser o melhor JUCS antes mesmo de acontecer – acredita Isabela Jaloto, organizadora da torcida.
 
Bateu de frente é só tiro, porrada e pompom

Neste ano,  a torcida da PUC aposta em novas músicas que valorizam a qualidade da universidade e  mostram os valores da instituição. O objetivo é mudar a imagem dos Milionários, nome da torcida azul e amarela, que muitas vezes soa de forma depreciativa.

- O nome da torcida sempre foi um assunto polêmico no meio universitário, eu, como responsável pela mídia da torcida, optei por tentar tirar da cabeça de alguns que  Milionários é um nome preconceituoso – afirmou Gabriel Abdalla.

Os milionários da PUC


Nem todas as torcidas estão focadas em ganhar o título. A UVAloprados - da Universidade Veiga de Almeida - pelo menos, vai ao JUCS para torcer, é claro, mas para se divertir, principalmente. Estarão lá para zoar e não tem expectativas para resultado, pois para eles,  o importante é dar risada.

- Não temos rival, vamos para zoar e qualquer rivalidade que saia do controle nós achamos ridículo – disse Caio Bruno, diretor de esportes da Atlética da UVA.

 
Sem rivais, a UVA se prepara para o JUCS

A Faculdade CCAA vai ao JUCS 2014 com uma identidade completamente renovada. O tradicional Haka, realizado antes do cabo de guerra masculino desde o primeiro JUCS, terá ainda mais importância. Trata-se de  uma dança antiga de guerra do povo Maori que ficou mundialmente conhecida a partir do time de rugby da Nova Zelandia, o All Black's. Antes de cada jogo, a performance é feita para intimidar os adversários, fato que inspirou os meninos da CCAA. Com esse foco, o mascote Waldyrzão sai de cena para dar lugar ao Haka Maori, e a torcida deixa de ser “Waldyrzada” para se tornar “Guerreiros do Rondon”, em alusão a localização da instituição, que fica na Avenida Marechal Rondon, no bairro do Riachuelo. 

O já tradicional Haka da CCAA sairá das quadras para as arquibancadas
- Esperamos que essa identidade de guerra e raça se reflita em campo e, mesmo sem os melhores times e a maior torcida, que derrubemos todos os nossos adversários e consigamos, quem sabe, ficar entre os três melhores esse ano. – declarou Lucas Motta, do 5º período.

Ainda no clima de rivalidade, a FACHA de Gaza promete fazer a melhor festa nas arquibancadas da história do JUCS, e garante que surpresas estão por vir. Eles também vão bater de frente com a torcida rival Jacachaça, da ESPM.

- O Sonic vai invadir as quadras de forma irreverente e acho que a principal rivalidade dos jogos é da FACHA com a ESPM. O JUCS de 2012 foi de longe o melhor, o do ano passado foi um pouco fraco. Então, o desse ano promete – anuncia Geovani Augusto, representante da FACHA.
A FACHA promete irreverência neste ano

 Com o nome inspirado no filme “Jamaica abaixo de zero” - que conta a história real de quatro atletas jamaicanos que enfrentaram dificuldades e piadas de adversários, nas Olimpíadas de Inverno do Canadá, e surpreenderam a todos - e no melhor estilo rastafári, a UERJamaica chega ao JUCS acreditando que podem ter resultados positivos.

- Eles passaram (os personagens do filme) por cima de condições complicadas e falta de recursos, assim como nós. Para isso, não faltou  força de vontade,  trabalho e dedicação, acreditando na capacidade que tinham e entraram para a história do esporte. – compara Andressa Pinheiro, uma das organizadoras da torcida da UERJ.

A Jamaica fica no Maracanã desde a fundação da UERJamaica


As rivalidades entre universidades, para UERJ, não são a coisa mais importante. Segundo eles, a melhor parte do JUCS é a união entre as faculdades, responsável por fazer o evento acontecer. 

- Achamos irado esse clima de união que existe no JUCS, ainda que role uma rivalidade saudável, e esperamos que isso se mantenha sempre no evento. É o nosso diferencial em relação aos outros Jogos Universitários e faz com que o nosso evento seja ainda mais incrível - resume Alessandra.

Faltando dois dias para o início dos Jogos, sem dúvida todos estão ansiosos para torcer e competir com seus principais rivais. A presença da torcida é fundamental para o desempenho dos times, já que ela é a alma do jogo, o último jogador, e no caso do JUCS, que conta com sete modalidades esportivas, a torcida é a oitava competição e, para muita gente, a mais importante de todas.
    
   
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