sábado, 19 de abril de 2014

Cabo de guerra, a brincadeira decisiva
Ecos do JUCS!00:00 0 comentários

Por Luisa Pinto

As perguntas "por que cabo de guerra?" ou "desde quando isso é esporte?", e  "por que no momento mais esperado do JUCS inteiro?", com certeza pairam sobre a cabeça de muita gente ao saber que o esporte (ou brincadeira) é uma das modalidades do Jogos. A surpresa aumenta mais ainda ao saber que foi numa puxada de corda que se deu a definição do título de campeão geral na primeira edição do evento, em 2012, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Se a simples presença da disputa  já é digna de nota, é bom informar que se trata sim, de um esporte, que conta com uma federação responsável pela organização de campeonatos mundiais a cada dois anos, desde 1960. Neste ano, quando as equipes começarem a tracionar suas cordas, duas coisas são certas: emoção não vai faltar, e de brincadeira esse esporte não tem nada.

 Tudo começou no OREM, o JUCS dos estudantes de medicina, há 20 anos. O cabo de guerra era uma prova fora da competição, sem valer ponto nenhum, uma espécie de esporte-brincadeira. Com o objetivo de apenas descontrair os atletas, outras provas mais tranquilas eram realizadas, como corrida de saco e corrida com ovo na colher.

- Era mais pra reunir todas as torcidas ao mesmo tempo e ver qual era a mais legal do que pela prova em si, por isso que não valia nada -  lembra Alessandra Farina, ex-presidente da Atlética da ECO, que já marcou presença em edições do OREM.

O cabo de guerra começou a ser levado a sério quando a organização do OREM escolheu a modalidade para ser a última prova dos Jogos, valendo pontos na classificação geral. Como o JUCS e o Intereng (competição de estudantes de engenharia, que será realizado na mesma época dos nossos jogos, em Vassouras) tiveram o OREM como inspiração, a força para puxar a corda também decide as competições, já que o esporte tem pontuação normal.

- Isso é outra polêmica, que divide muito as diretorias das atléticas. Tem quem ache que não é um esporte sério e não deveria valer o mesmo que as outras modalidades, e tem quem discorde também – diz Alessandra.

No JUCS, o cabo de guerra acontece no último dia de competição, quase na hora dos ônibus partirem de volta para o Rio, e minutos antes da divulgação do resultado final. É o momento mais esperado da competição inteira, pois marca a entrada de todas as torcidas dentro de quadra, com muita provocação e uma festa bonita nas arquibancadas.

Nos Jogos de medicina, o campeão geral é quase todo ano decidido no cabo de guerra, porque as faculdades chegam no final com uma diferença muito pequena de pontuação, e quem vencer a última prova, pode, assim, levar o troféu de campeão geral para casa. 

No primeiro JUCS, foi exatamente assim que a história foi escrita. FACHA e ESPM estavam com apenas um ponto de diferença no placar geral, e ,coincidentemente, a final do masculino foi entre essas duas faculdades, então quem ganhasse a puxada, levaria o troféu geral. A ESPM levou a melhor e foi a primeira campeã geral do JUCS.

Ano passado, o cabo de guerra também foi fundamental para que a UFRJ trouxesse mais um troféu para casa. A vitória na semifinal feminina contra a FACHA, quando as meninas da ECO, quase perderam, mas viraram, numa puxada emocionante, foi de extrema importância para que, indo para a final, a UFRJ garantisse o segundo lugar geral.

As guerreiras do cabo de guerra feminino em 2013
A preparação acontecia na hora da competição mesmo. Os atletas se reuniam antes da prova para explicar os macetes, mas nunca chegaram a treinar, de verdade. Apesar de nunca ter acontecido antes, Alessandra garante que esse ano os atletas vão treinar. Afinal, é um esporte que conta tanto quanto as outras modalidades, e é preciso praticar para não perder pontos que podem, no final, custar uma vaga no pódio.
O esporte vai muito além de apenas puxar uma cordinha – que de pequena não tem nada. Existem técnicas e estratégias que ajudam na hora H, mas as atletas acharam melhor não divulgar para não entregar o ouro para os adversários.

- É uma modalidade como outra qualquer, só que subestimada – resume Daniela Vaslin,  atleta de vôlei da ECO.


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