terça-feira, 29 de abril de 2014

As torcidas se preparam para o JUCS
Ecos do JUCS!08:10 1 comentários

Por Diane Dias e Luiza Tavares

 No livro “Cabeça-de-bagre - termos, expressões e gírias do futebol” o professor Ari Riboldi, define o verbo "torcer" como a ação de "estimular os jogadores do time com gritos, palmas, gestos de mãos e braços, coreografias e cantos, em pleno estádio, como forma de somar, de contribuir, de participar do esforço dos atletas em campo na superação aos adversários e na busca da vitória". Ou seja, a torcida é colocada como combustível dos times, e no JUCS não será diferente: as Atléticas das universidades prometem muitas novidades para impulsionar suas equipes na competição.

 Eleita melhor torcida em 2013, a Uffanfarra, da Universidade Federal Fluminense, foi batizada com esse nome de maneira espontânea, e reflete o espírito  brincalhão e divertido dos seus integrantes. Neste ano vão para Vassouras para defender o título.

Quem foi, lembra: "rasp x..ca, rasp x...ca"

- Nossa torcida virá maior, com muito mais bandeiras, bandeirões e novidades. Se mantivermos o espírito do ano passado, já é meio caminho andado para chegarmos onde queremos. Ganhar a melhor torcida em 2013 foi a coroação de um grande trabalho. Até então, ninguém esperava que pudéssemos ganhar, por isso acredito que a UERJ e a Faculdade CCAA podem surpreender esse ano. Já para pior torcida, aposto nos Talibãs da PV – afirma, entre risos, Hugo Franco, diretor de torcida da UFF.

E por falar nos Talibãs, a UFRJ foi a primeira torcida campeã, no JUCS de 2012. Tradicionalmente conhecida como “Tubarões da PV”, a universidade apresenta um novo tema para esse ano. A ideia surgiu depois de uma situação polêmica entre a UFRJ e a PUC, após uma semifinal tensa de handebol masculino, quando os ecoínos foram acusados de serem agressivos e violentos. Como consequência, as líderes de torcida foram proibidas de entrar em quadra, um jogador foi impedido de disputar a final da modalidade e seus bandeirões foram banidos dos jogos seguintes. 

- Ano passado foi dito que nós éramos violentos e agressivos, esse ano abraçamos essa ideia. Estamos indo basicamente para fazer barulho, vale quase tudo. Esse tema foi legal porque o que aconteceu JUCS passado ficou entalado. Essa movimentação toda animou muito a nossa delegação. Estamos preparando algumas surpresas, eu já acho que vai ser o melhor JUCS antes mesmo de acontecer – acredita Isabela Jaloto, organizadora da torcida.
 
Bateu de frente é só tiro, porrada e pompom

Neste ano,  a torcida da PUC aposta em novas músicas que valorizam a qualidade da universidade e  mostram os valores da instituição. O objetivo é mudar a imagem dos Milionários, nome da torcida azul e amarela, que muitas vezes soa de forma depreciativa.

- O nome da torcida sempre foi um assunto polêmico no meio universitário, eu, como responsável pela mídia da torcida, optei por tentar tirar da cabeça de alguns que  Milionários é um nome preconceituoso – afirmou Gabriel Abdalla.

Os milionários da PUC


Nem todas as torcidas estão focadas em ganhar o título. A UVAloprados - da Universidade Veiga de Almeida - pelo menos, vai ao JUCS para torcer, é claro, mas para se divertir, principalmente. Estarão lá para zoar e não tem expectativas para resultado, pois para eles,  o importante é dar risada.

- Não temos rival, vamos para zoar e qualquer rivalidade que saia do controle nós achamos ridículo – disse Caio Bruno, diretor de esportes da Atlética da UVA.

 
Sem rivais, a UVA se prepara para o JUCS

A Faculdade CCAA vai ao JUCS 2014 com uma identidade completamente renovada. O tradicional Haka, realizado antes do cabo de guerra masculino desde o primeiro JUCS, terá ainda mais importância. Trata-se de  uma dança antiga de guerra do povo Maori que ficou mundialmente conhecida a partir do time de rugby da Nova Zelandia, o All Black's. Antes de cada jogo, a performance é feita para intimidar os adversários, fato que inspirou os meninos da CCAA. Com esse foco, o mascote Waldyrzão sai de cena para dar lugar ao Haka Maori, e a torcida deixa de ser “Waldyrzada” para se tornar “Guerreiros do Rondon”, em alusão a localização da instituição, que fica na Avenida Marechal Rondon, no bairro do Riachuelo. 

O já tradicional Haka da CCAA sairá das quadras para as arquibancadas
- Esperamos que essa identidade de guerra e raça se reflita em campo e, mesmo sem os melhores times e a maior torcida, que derrubemos todos os nossos adversários e consigamos, quem sabe, ficar entre os três melhores esse ano. – declarou Lucas Motta, do 5º período.

Ainda no clima de rivalidade, a FACHA de Gaza promete fazer a melhor festa nas arquibancadas da história do JUCS, e garante que surpresas estão por vir. Eles também vão bater de frente com a torcida rival Jacachaça, da ESPM.

- O Sonic vai invadir as quadras de forma irreverente e acho que a principal rivalidade dos jogos é da FACHA com a ESPM. O JUCS de 2012 foi de longe o melhor, o do ano passado foi um pouco fraco. Então, o desse ano promete – anuncia Geovani Augusto, representante da FACHA.
A FACHA promete irreverência neste ano

 Com o nome inspirado no filme “Jamaica abaixo de zero” - que conta a história real de quatro atletas jamaicanos que enfrentaram dificuldades e piadas de adversários, nas Olimpíadas de Inverno do Canadá, e surpreenderam a todos - e no melhor estilo rastafári, a UERJamaica chega ao JUCS acreditando que podem ter resultados positivos.

- Eles passaram (os personagens do filme) por cima de condições complicadas e falta de recursos, assim como nós. Para isso, não faltou  força de vontade,  trabalho e dedicação, acreditando na capacidade que tinham e entraram para a história do esporte. – compara Andressa Pinheiro, uma das organizadoras da torcida da UERJ.

A Jamaica fica no Maracanã desde a fundação da UERJamaica


As rivalidades entre universidades, para UERJ, não são a coisa mais importante. Segundo eles, a melhor parte do JUCS é a união entre as faculdades, responsável por fazer o evento acontecer. 

- Achamos irado esse clima de união que existe no JUCS, ainda que role uma rivalidade saudável, e esperamos que isso se mantenha sempre no evento. É o nosso diferencial em relação aos outros Jogos Universitários e faz com que o nosso evento seja ainda mais incrível - resume Alessandra.

Faltando dois dias para o início dos Jogos, sem dúvida todos estão ansiosos para torcer e competir com seus principais rivais. A presença da torcida é fundamental para o desempenho dos times, já que ela é a alma do jogo, o último jogador, e no caso do JUCS, que conta com sete modalidades esportivas, a torcida é a oitava competição e, para muita gente, a mais importante de todas.
    
   

segunda-feira, 28 de abril de 2014

O Rei dos Milionários
Ecos do JUCS!08:24 0 comentários

Por Bruno Martins

Ele tem 21 anos, é flamenguista e tem - acredite se quiser -  diversos amigos na UFRJ. Sempre com um sorriso no rosto e com um jeito descontraído, o presidente e fundador da Atlética de Comunicação da PUC Pedro Treiguer recebeu a reportagem do Ecos do JUCS em sua casa, no bairro de Botafogo. Na entrevista, falou  da evolução da PUC até a conquista do campeonato geral na última edição, além de ter explicado e apresentando o seu ponto de vista sobre as polêmicas que envolveram PUC, FACHA e UFRJ em Vassouras. Sobre a plenária polêmica do ano passado, que impediu as cheerleaders da ECO de entrarem em quadra e até  hoje gera revolta na Praia Vermelha, ele diz não ter se arrependido. "Eu acho que eu agiria com mais tranquilidade, talvez fosse mais direto, pediria algo como 'tire as bandeiras', não necessariamente pediria a exclusão da torcida".

Ecos do JUCS – Quais foram os problemas e desafios para a realização do primeiro JUCS?
Pedro Treiguer – A ideia inicial era fazer o evento dar certo, tanto que não tinha muita rivalidade entre as faculdades. O principal desafio da primeira edição foi a aceitação do pessoal, pois muita gente desistiu de ir no primeiro por achar que não seria maneiro, por não conhecer o que era o JUCS, por não saber quem estava por trás do evento. E a parte da organização também foi difícil, a parte financeira foi complicada. O começo foi duro, não tínhamos ideias dos gastos com treinador, uniforme, hotel, ônibus. Não sabíamos como seriam os custos do evento. A gente foi aprendendo tudo isso, e creio que só aprendemos agora, após o segundo JUCS.
EdJ – Como foi a preparação da PUC, em relação aos times e torcida, para o primeiro JUCS?
PT – Foi bem complicado, porque a gente não tinha a divisão entre Atlética e torcida no primeiro evento. No primeiro JUCS, não tínhamos bateria, o pessoal não sabia tocar instrumentos, e todo o nosso material ficou pronto em cima da hora. Em relação aos atletas e aos treinos, não posso dizer que foi ruim, mas pensando nisso agora, tinha que ter tido mais treino, mais gente. Faltou adesão do pessoal. Vendo hoje em dia, tenho a consciência de que foi tudo improvisado, vindo da cabeça da galera.
EdJ – Após o terceiro lugar geral no primeiro JUCS, o que mudou e evoluiu a respeito dos times e da torcida de vocês, na sua visão?
PT – Quando acabou o primeiro JUCS, eu reuni o pessoal uma semana depois e falei: ‘Acabamos de fazer um JUCS para dar certo, agora vamos fazer um para tentar ganhar’. Começamos a focar bastante no esporte, com mais treinos e treinadores para as modalidades. A partir disso, a gente teve muito mais público, mais atletas querendo jogar, passamos a ter treinos mais completos. Sempre tivemos treinadores bons, o que é ótimo para atrair atleta, pois ninguém quer treinar com profissionais que não são bons. Com relação a torcida, alguns membros (Gabriel Abdalla, Tiago Rodrigues, Luiz Gustavo e Philippe Sarkis) vieram nos procurar querendo fazer um núcleo da torcida, o que foi uma oportunidade perfeita de dividi-la da Atlética. Oferecemos apoio financeiro, para fazer os materiais e outras coisas, mas a responsabilidade seria deles. Ficou bem maneiro.
EdJ - E por que o nome da torcida de vocês é Milionários? Como foi essa escolha?
PT – Eu não participei, mas creio que eles criaram um grupo de quem queria participar da torcida, e começaram a sugerir nomes. E aí alguém do grupo postou um vídeo da torcida do River Plate, que se chama Milionários, e todo mundo gostou. E aí não teve votação nem nada, ficou por isso mesmo. Melhor que Realeza Puquiana (risos). A diferença foi brutal, me surpreendi bastante. Várias coisas que eles guardaram em segredo até da própria Atlética ficaram legais. O saldo foi bem positivo.
EdJ – Qual foi a repercussão, na PUC, de vocês terem sido campeões gerais do JUCS?
PT – Melhor impossível. Chamou a atenção dos outros cursos que possuem Atlética, principalmente. Nos tornamos a potência da faculdade, pois a Engenharia nunca ganhou o InterEng, Direito nunca ganhou os Jogos Jurídicos. Passamos a ter mais voz na faculdade, atraímos mais atletas no curso de Comunicação. A gente ganhou mais contato com o Departamento de Comunicação da PUC, que passou a nos apoiar.
EdJ – Como a PUC vem para o terceiro JUCS?
PT – Nos esportes, vamos bem. A grande vantagem, em relação ao ano passado, é ser cabeça-de-chave na maioria dos esportes.  Vamos com a mesma confiança do ano passado, sabendo que pode ser mais complicado este ano, pois nesta edição todos estão indo com o foco de ganhar de nós nas modalidades que somos campeões, assim como todos pensam em ganhar da FACHA no vôlei masculino, por exemplo. Na realidade, não sabemos como todos os times vem para o JUCS. A gente pode estar muito bem nos treinos, podemos ser favoritos. Mas depois pensamos: “Será mesmo? A gente não conhece os outros times”. Com relação à torcida, estou bem por fora. Sei que eles estão agitando as coisas, mas eu realmente não sei como será.  Não acho que melhor torcida seja um prêmio de consolação, quem ganha tem algum merecimento. Não creio que a UFF ganhou por consolação, ganhou porque foi uma boa torcida. Nós tivemos problemas com punição, a UFRJ, a FACHA e a ESPM também. As quatro maiores tiveram problemas. Acho subjetivo porque nem sempre a opinião da galera vai valer, é uma questão da visão da JC2.
EdJ – Com quem a PUC tem mais rivalidade e desavenças no JUCS?
PT – Por questões naturais, com a UFRJ. Começou no primeiro JUCS, quando ganhamos cinco jogos seguidos. Sabíamos que eles viriam mordidos. No último JUCS, tivemos mais rivalidade ainda pelo fato de disputar finais em algumas modalidades, não por motivos burocráticos. A UFRJ ganhou a maioria dos jogos, em jogos bons, difíceis. O ápice foi no jogo de handebol masculino, onde as duas torcidas queriam se matar. Ali foi o ponto que estourou a rivalidade. No primeiro JUCS foi no futsal, com a primeira confusão, mas aquilo não era uma rivalidade. Mas no jogo de handebol esquentou de vez, tanto que foi até a plenária. Ali que começou tudo. A rivalidade tem que existir, é uma das causas principais que leva o pessoal ao evento. Depois da UFRJ, seria a FACHA, mas não vejo como um grande rival que nem a UFRJ. E com a ESPM, sempre tivemos uma boa relação.
Pedro Treiguer, o Rei dos Milionários


EdJ – Comente o caso sobre a cuspida que deram na Thalita Berdeville (líder de torcida da FACHA).
PT – Estava na torcida e de repente me chamaram. Eu não entendi nada, e realmente isso tinha acontecido. Acabou que foi um amigo meu, que é um cara super do bem, fiquei sem entender. Eu fui falar com ele, e ele estava branco na hora, não sabia o que tinha feito. E ele não sabia o que fazer, e aí fui falar com ela para pedir desculpas. Ele me chamou e pediu para ir na plenária comigo, para se desculpar com todos e pedir desculpas para a Thalita. No fim, ele foi expulso como atleta e eliminado da competição (o rapaz em questão chama-se Lucas Von Seehausen, atleta do handebol masculino) e não poderia entrar nos ginásios em jogos envolvendo PUC x FACHA.
EdJ – E como foi a polêmica envolvendo as cheerleaders da UFRJ?
PT – Uma coisa que eu acho engraçado e que é mais fácil culpar o outro do que pensar o que você está fazendo ou como está agindo. Depois do jogo do handebol, teve a invasão de quadra, teve o (Thiago) Patrick (atleta de handebol da UFRJ) botando o dedo na cara da menina, mas não vi, nem sei como foi. Após o jogo, cerca de dez pessoas da PUC vieram reclamar que ‘tinham feito isso e aquilo’, e eu resolvi anotar tudo isso que me foi passado. Me falaram também que uma menina tomou um banho de cerveja, que para mim foi a pior coisa, porque isso não se faz. Anotei tudo isso e e a polêmica do jogo, pois o jogo terminou e depois voltou, para levar à plenária.  

Mas para continuar com a história, é preciso fazer um gancho com o caso da Thalita, pois a FACHA, na plenária do dia anterior, tinha pedido a exclusão de toda a torcida da PUC em jogos contra a FACHA. O motivo foi o seguinte: o (Lucas) Bottino (presidente da Atlética da FACHA) não queria expulsar a torcida da PUC em nenhum momento, mas ele não sabia o que pedir como punição, então deram a ideia para ele de pedir a pior punição possível, para ser votado na plenária. Não lembro quem deu a sugestão, sei que a plenária defendeu a PUC, falou que não tinha o porquê de expulsar a torcida, apenas expulsaram o Lucas. E aí, chegando na plenária após o jogo de handebol, relatei o que tinha acontecido e pedi a exclusão da torcida inteira da UFRJ em jogos contra a PUC, o que irritou bastante o (Pedro) Souto (presidente da Atlética da UFRJ). 

Eu estava com o Paulo Eduardo (membro da Atlética e atleta da PUC), que estava super estressado na hora, querendo dar um ponto final na história. E aí ele contou que a namorada tinha sido ameaçada, e eu pedi que a torcida da UFRJ não estivesse presente em jogos contra a PUC. Por fim, eis que a JC2 falou que um dos problemas era o grande número das líderes de torcida da UFRJ, que tinham permissão para entrar na quadra, mas que pelo fato de serem muitas, acabavam dando a ideia de que todos podiam invadir.Sendo assim, o (Rafael) Cotta (representante da JC2) deu a seguinte ideia: autorizar menos líderes de torcida a entrarem em quadra. E então a Leka (Alessandra Farina, líder de torcida da UFRJ) respondeu: "Se poucas puderem entrar e tivermos que escolher, então é melhor ninguém entrar”. E o Cotta replicou: “Aí é com você”. E aí foi decidido que nenhuma cheerleader poderia entrar em quadra. E o Thiago Patrick, que foi para cima da menina, pelo o que me contaram, acabou sendo suspenso do jogo final, pois a plenária encarou o ato como agressão, tratando da mesma forma que o caso do Lucas. Também teve a questão dos bambus, que não poderiam mais entrar no ginásio, pelos problemas ocorridos com o nosso banco de reservas e com a mesa de arbitragem. Mas isso aí foi a própria JC2 que pediu, não tivemos nada a ver com essa punição. Após esses episódios, tive essa conversa com vários amigos meus da UFRJ, explicando a situação. Sobre a Leka, a conversa interna entre as Atléticas foi que ela mandou mal. Não teve pulso, não teve argumentos e não foi firme. Ela discutiu com o Paulo na reunião e fez o que? Foi para o pessoal da UFRJ e contou que as cheerleaders tinham sido proibidas de entrar em quadra. O que é mais fácil fazer? É mais fácil falar que eu tinha expulsado as cheerleaders do que explicar a história toda. E muitos amigos meus vieram conversar comigo na festa, me culpando pelo ocorrido, mas eu expliquei o ocorrido e eles entenderam. E eu fiquei chateado não pela situação com a UFRJ, mas não queria que meus amigos pensassem que eu tinha sido babaca e nem acabado com a alegria das meninas, pois eu sei que as meninas da PUC também ficariam tristes caso acontecesse com elas, pois se prepararam, fizeram coreografia, produziram uniformes, etc. Mas eu entendo o lado da Leka, ela não fez por mal, pois é um grupo de líderes de torcida, então ou entram todas ou não entra ninguém. Eu acho que faria o mesmo, eu apenas explicaria o que tinha acontecido de fato. Mas a decisão de ninguém entrar foi dela.
EdJ – Se arrepende de alguma decisão da plenária? Faria diferente?
PT – Não. Eu acho que eu agiria com mais tranquilidade, talvez fosse mais direto, pediria algo como “tire as bandeiras”, não necessariamente pediria a exclusão da torcida. Mas é complicado falar, cada caso é um caso. Sobre o Thiago Patrick, eu manteria o pedido certamente. Sobre as líderes de torcida, a ideia não foi minha. Acho que se acontecer algo parecido nesse JUCS, eu agiria com mais calma, buscaria ver o que teria acontecido.
EdJ – Espera algum tipo de retaliação por parte da UFRJ?
PT – Então... (risos). Eu jogo vôlei. O primeiro jogo é contra a UFRJ, então é o único jogo que eles podem me zoar mesmo. Então, espero retaliações (risos). Isso é normal. No ano passado, o pessoal que já me conhece já me zoava bastante, e eu levo tudo na esportiva. Faz parte. Mas com certeza esse ano vai ser pior para mim (risos).
EdJ – Como você vê as outras faculdades no próximo JUCS?
PT – Por incrível que pareça, vejo a UFRJ e a ESPM como os principais rivais. Não creio que a FACHA vá ser um rival na disputa. A ESPM fez um JUCS muito ruim no ano passado, porque erraram na logística, fizeram um festão logo no primeiro dia e muita gente acabou passando mal (risos).  s três favoritas são PUC, UFRJ e ESPM, acho que estão no mesmo patamar. Acho que a FACHA está atrás por causa do chaveamento e pelos problemas internos, pois tem um grupo interno contra a Atlética atual, e na hora de treinar ou de ir para o evento, falta união. Mas isso também pode ser uma boa desculpa para eles chegarem unidos. Mesmo assim, vejo eles correndo por fora. A CCAA também tem uns times bons. O problema dos outros três (UFF, Uerj e UVA) é que eles não se inscreveram em diversas modalidades.
EdJ – E como vê as torcidas?
PT – Queria muito que a gente ganhasse, claro. Torço muito pelos caras da organização. Mas é subjetivo, depende muito do respeito da galera com as outras faculdades e com as outras torcidas. Acho difícil não dar merda, conhecendo o público (risos). Acho que a UFF vem bem, vem com a torcida legal. Acho que a UFRJ também vem bem, além da PUC. Além dessas, acho difícil outras virem bem. Acharia irado se ganhássemos melhor torcida, mas se não ganharmos, não será o fim do JUCS para nós.
EdJ – Deixe o seu recado para a galera que acompanha o Ecos do Jucs.
PT – Para a galera da ECO não tenho nenhum recado (risos). Mas queria dizer que sou fã do JUCS, acho que é um evento que eu gosto muito de ver crescendo e quero que cresça sempre. Quero que a galera compre a briga junto com a Atlética, que participe mais, vá aos Jogos, porque tem muito a crescer ainda. Tenho certeza que quando eu me formar, o JUCS vai ser outro evento. Nunca podemos deixar crescer. Tem que ter sempre uma galera botando uma pilha. Esse provavelmente vai ser meu último JUCS como presidente, não está certo ainda, mas estamos pensando internamente como fazer. Estou querendo me formar, mas não quero simplesmente entregar a Atlética. É um processo, tem uma hora que chega o momento. Mas o recado é que a galera curta muito, que vá para ganhar, que todo mundo jogue bem, que melhore o evento na parte esportiva, com mais competitividade, indo mais aos jogos do que nas festas. E que a galera curta o ambiente, o evento. É um evento muito foda, aprendi muito com ele. Criamos uma família na PUC, na Atlética são amigos que levarei para a vida toda. Sempre funcionamos bem e sempre deu certo porque são amigos juntos. Ninguém tem medo de chegar para o outro e discordar. Depois da reunião está todo mundo reunido tomando uma cerveja. E que vença a PUC! Se eu me despedir com um bicampeonato, vai ser bom para mim.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Sem tempo pra zoeira: os desafios dos multiatletas do JUCS
Ecos do JUCS!00:00 0 comentários

Por Ivete Silva e Luisa Pinto

Enquanto tem gente que só vai ao JUCS por causa da curtição e da bebedeira, tem uma galera que rala antes e durante a competição. Atletas que levam o esporte na veia, e não se contentam em jogar apenas uma modalidade, e chegam a partircipar até de três modalidades diferentes. Para eles, ir a Vassouras significa muito mais do que apenas quatro dias de farra. 

Esse pessoal treina muito para fazer bonito em todas as modalidades que competem nos Jogos. Mesmo com uma rotina mais puxada que a dos outros, eles garantem que fazem tudo isso porque amam, não apenas o esporte, mas também a faculdade que defendem. Conversamos com alguns desses poliatletas para descobrir como é se dividir em tantos, mas continuar sendo apenas um.

Por estar envolvida com a Atlética da ECO desde seu início, Helena Bielinski foi a todas as edições do JUCS, e compete no basquete, cabo de guerra e handebol. Ela concilia sua presença nos treinos com o cargo de diretora de esportes, e também foi a responsável pela criação de Bruce, o tubarão que virou o símbolo da delegação da UFRJ. A estudante do 12º período de Rádio e TV conta que a rotina de treinos é bem intensa.

– No sábado, chego às 11h no Colégio Newton Braga e só saio as 15h30, pois temos treino de futsal e handebol nesse dia. No domingo dedico a tarde inteira ao basquete - diz, sem tempo para respirar.

Atleta de três esportes, Helena (camisa 4) criou o Bruce
A multiatleta da UFRJ afirma que, com a proximidade dos Jogos, os fins de semana estão mais escassos. Mas isso não é muito problema para quem ama praticar esportes e acredita que “perder” um dia treinando é gratificante. 

– Acordo muito animada e confesso que anseio pelos treinamentos. Apesar de cansativo, a sensação que se tem depois de um dia de treino é que vale a pena todo o esforço. E se formos campeãs no JUCS, só terei o que celebrar - acredita. 

No entanto, ela indica que se comprometer a jogar mais de uma modalidade atrapalha a curtição no JUCS: a farra, para ela, só começa depois da última partida do dia.

– Até esse momento, temos que nos concentrar no jogo e descansar o corpo - ensina. 

Quando o assunto é abrir mão das noites de diversão em Vassouras, os rivais endossam o coro. Mariá Bottini, aluna da PUC-Rio, também considera que a agitação pode atrapalhar um pouco. O foco deve ser exclusivo em apenas um objetivo: vencer. 

Quando ainda era caloura em 2013, Mariá conquistou o ouro no futsal e no vôlei. Hoje no 3º período, ela foi convidada para ser uma das diretoras da atlética. Como se não bastasse dois esportes e uma diretoria, resolveu esse ano se juntar também às equipes de handebol e basquete. 
Para Mariá (camisa 3), é difícil conciliar quatro esportes e as atividades como diretora
– Você tem que abrir mão de muitas coisas e focar no objetivo maior. Parece bobagem, mas a família, o namorado, os amigos têm que apoiar e entender que você tem um motivo para estar ausente do almoço de domingo, do cinema ou da festa no sábado - constata Mariá.

Do outro lado da Ponte Rio-Niterói, Tauan Salgado pensa um pouco diferente. O aluno de Estudos de Mídia da UFF divide a rotina do curso com os treinos de futebol e futsal para o JUCS.  

Faltando dois meses para os jogos em 2013, Tauan decidiu que iria para Vassouras. Fez gols tanto na quadra como no campo, mas a UFF terminou em quarto lugar nas duas modalidades.

Esse ano o JUCS poderá ser a despedida do atacante: as malas estão quase prontas para um intercâmbio que fará no próximo semestre. Quanto ao fato de aproveitar devidamente seu último torneio antes de embarcar para o exterior, o uffiano não esconde o que pretende. 

– Na teoria seria bom descansar para os jogos, mas sairei e inclusive beberei. Sei que não é um bom exemplo - afirma, consciente da sua responsabilidade.

Enquanto um está preparado para a maratona de festas e jogos, outros dois poliatletas são mais cautelosos em relação à curtição durante o JUCS. Allan Camarov e Bruno Carneiro, da FACHA, disseram que a prioridade deles não é essa e que o foco são as partidas.

Bicampeão de handebol, Allan esteve nas últimas edições dos Jogos e também jogou futebol e futsal. Mas quem hoje defende as cores da FACHA, na verdade é cria da Minerva. O estudante do 4º período de Jornalismo é formado em Educação Física pela UFRJ.

– Cheguei a disputar a seletiva estadual dos Jogos Universitários Brasileiros pelo time de futsal UFRJ. Meu coração é dividido: Fundão e Facha – revela, deixando essa ligação de lado quando está nas quadras: ele foi o goleiro que impediu alguns dos gols dos Tubarões na final do handebol masculino, em 2013. 

Já Bruno faturou duas medalhas de ouro no vôlei e uma de prata no futebol. Além de ser goleiro no campo e ponta nas quadras, em 2014 ele assumiu uma terceira função: ser técnico das equipes masculina e feminina de vôlei. A disposição para encarar a dupla jornada também é explicada em dobro. O motivo  principal é o sentimento pela instituição em que estuda. 

– É muito amor pela FACHA. Não troco essa faculdade por nenhuma outra - disse, convicto. 

A segunda razão é a experiência no vôlei, mais do que justificada pelos 14 anos que passou em meio às redes. Foram nove anos defendendo o Flamengo e cinco no Botafogo, além de ter passado pela Seleção Carioca da modalidade. 

Bruno Carneiro (jogado para o alto)  vai em jornada dupla para o JUCS: goleiro do futebol e treinador do volei

A competência fica mais do que provada quando se pergunta sobre o treinador para as suas jogadoras. 

- O Bruno é um técnico muito bom, tem paciência com a gente e ensina bem. Gostamos muito dele e queremos dar o título de campeãs a ele - contou Julia Abreu, atleta da equipe feminina da FACHA.

Publicitária e estudante de Relações Públicas, Julia também está no grupo de poliatletas. A campeã do futsal feminino em 2012 passou a integrar os times de vôlei e handebol no ano passado. Mesmo tendo feito três dos sete gols que deram a vitória sobre a ESPM no primeiro JUCS, Julia é humilde. 
Julia Abreu, da FACHA, joga três esportes, mas queria mesmo o beach soccer

– No futsal eu consigo quebrar um galho, minha grande paixão mesmo é beach soccer - revela,  ao dizer que joga na praia há mais de 10 anos.

Com tanto atleta já veterano no JUCS, a Uerj tem uma estreante entre os competidores que se desdobram entre aulas, estágio e treinos. Thaiza Pauluze integra a equipe de vôlei e futsal, mas não é tão caloura assim em torneios universitários. A aluna do 3º período de Jornalismo esteve no Super 15 – competição que reúne Atléticas de diferentes cursos do Rio – do ano passado e não ficou de fora das festas.

Beber pouco e dormir cedo: a receita de Thaiza (a terceira sentada, da esquerda para direita) para sobreviver aos Jogos

– Deu para curtir o Super 15 e no JUCS não será diferente. Obviamente cansa muito jogar de dia, torcer pelos jogos do masculino e beber de noite. Mas para jogar bem, eu bebo pouco, vou embora um pouco mais cedo para dormir e me alimento corretamente para repor as energias – conta, ensinando como faz para estar presente em tudo.

quinta-feira, 24 de abril de 2014

JUCS e InterEng ao mesmo tempo: tem que ter disposição
Ecos do JUCS!02:08 0 comentários

Por Clara Mayrink

Esse ano, pela primeira vez, nosso JUCS acontecerá simultaneamente aos jogos dos colegas universitários de Engenharia, o InterEng. As atléticas de todas as faculdades dos dois cursos se encontrarão em Vassouras em maio, em uma celebração do esporte universitário no Rio de Janeiro. Acontece que algumas atléticas compartilham treinadores que comandam times nos dois cursos. E aí? Como fazer pra admistrar isso?

Dois treinadores importantes da ECO, vão para os dois eventos em busca de vários títulos, ao mesmo tempo. Luiz Antônio Brasil, que atualmente treina cinco times de handebol, distribuídos entre quatro atléticas, terá três em Vassouras: Comunicação da UFRJ, masculino e feminino, e as meninas da Engenharia UFF. Já Diogo Durão levará para Vassouras cinco equipes! Será o técnico de futebol de campo e futsal masculinos de Comunicação e Engenharia da UFRJ e mais futsal feminino de Engenharia da UFRJ.

Os dois técnicos têm um bom histórico de JUCS: Brasil conquistou o título com o time feminino da UFRJ e ainda levou o segundo lugar com o masculino no ano passado, enquanto Diogo é o atual campeão do futsal masculino. Com a Engenharia, Diogo também é o dono do troféu no futsal masculino pela UFRJ no InterEng e é campeão de uma das conferências do Super15 de 2013 com o futsal feminino de engenharia da UFRJ.

Matheus Quelhas em ação na final do JUCS 2013, quando o time masculino de futsal da ECO conquistou o ouro

Assim como os JUCS e o InterEng têm suas especificidades, não podia ser diferente com os times que participam dessas competições. As atléticas são bem diferentes em vários aspectos, a começar pelos tamanhos.

- Os times da engenharia têm uma matéria-prima melhor, até porque a diferença quantitativa de alunos é esmagadora. Sempre há pelo menos um ex-federado em praticamente todos os times - afirma Diogo.

Agora, quando é visto logo de cara que a equipe não é a melhor possível, Diogo diz usar a seguinte estratégia.

- Vamos tentando potencializar aquilo que temos de melhor, na mesma proporção que vamos tentando vencer as limitações, de duas forma: aprimorando aquelas que são vitais ao jogo coletivo e não deixando as outras virem à tona na hora de decidir um jogo.

Com o JUCS batendo à porta, as equipes entram em sua reta final de preparação para as duas competições, com cada vez mais produtividade e comprometimento. Confiança parece ser a palavra-chave para os treinadores. As equipes ficam cada vez mais ansiosas com a proximidade dos jogos e é importante manter o time sempre confiante em si próprio, mas na medida certa, pois isso influencia na postura da equipe, como ela encara o adversário e a competição.

​- Tudo o que foi preciso, foi feito. Agora o sucesso depende deles, se colocarem em prática tudo o que foi treinado - coloca Brasil.

Luiz Antônio Brasil dá instruções à atleta Gabriela Corrêa, que não é mais do Brasil

- Os treinos estão bem produtivos. Na medida que os jogos vão se aproximando, o comprometimento das equipes aumenta sensivelmente. Sinto minhas equipes confiantes sim e tento estimular isso. Confiança é um substantivo capital no esporte, sobretudo no amador - assinala Diogo.

A confiança do time depende de uma boa relação dos atletas entre si e com o “professor”. Um técnico, para conseguir comandar com leveza e determinação uma equipe, precisa de um bom relacionamento com a mesma, precisa ser respeitado como profissional e como pessoa. Uma boa relação passa pela manutenção de um ambiente harmônico e de cumplicidade entre atletas e comandante.

​- Sou super chato, sincero e exigente. Mas creio que eles enxergam isso com bons olhos. Levo meu trabalho com extrema seriedade, e isso faz com que eles comprem as idéias inerentes ao time e separem bem o pessoal do profissional - diz Diogo, completando em seguida. - Todos precisam estar focados no mesmo objetivo. Às vezes, essa é a principal diferença entre duas equipes fortes. E em competições eliminatórias, isso pode fazer uma ser campeã, enquanto a outra cai na primeira fase.

Durão, só no sobrenome! Diogo faz o estilo Felipão de treinador: os atletas o consideram um paizão, mas sem perder o respeito e o comando

Brasil acredita que será interessante dois eventos dessa grandeza acontecendo simultaneamente em Vassouras, atraindo tantas pessoas para a cidade, porque existem técnicos em comum nas equipes e isso facilita para a organização, além de ser ótimo para o comércio da cidade.

- Esses eventos brindam essas cidades com as competições, agitando os municípios e seus moradores - resume Brasil.

Diogo também comemora o compartilhamento da cidade e praças esportivas para a realização dos eventos.

- A unificação entre JUCS e InterEng foi uma bela sacada, só agrega valor. O saldo vai ser bem favorável e isso vai se efetivar no calendário do certame universitário - acredita Diogo.

Porém, comandar tantas equipes em duas competições simultâneas exige um preparo especial. Serão vários jogos em um mesmo dia e a correria não vai ser pouca, mas Brasil garante estar preparado.

- São 40 anos de beira de quadra. Acredito que ainda tenha disposição para tais efemérides - afirma.

Diogo sabe que não será fácil, ainda mais por estar à frente de cinco equipes em uma competição que durará apenas quatro dias! Entretanto, ele acredita que, com a ajuda da organização do evento, das atléticas que participa e de uma pitada de boa vontade e disposição, conseguirá sobreviver a Vassouras-2014.

- Isso já aconteceu antes e não vou negar que é super desgastante. Mas com jeito, bom senso e cooperação dá pra levar numa boa - confia.

Ficou mais que claro que ninguém vai descansar nesse JUCS / InterEng. A animação e a disposição pedem passagem porque dia 1º de maio está chegando.

domingo, 20 de abril de 2014

Tudo rima com Molejão
Ecos do JUCS!11:57 0 comentários

Por Leandro Resende

À primeira vista, Adilson “BG” é uma figura intimidadora, tanto pela elegância quanto pela cara de mau. Eram as primeiras horas da última quarta-feira (16), e ele trajava terno branco impecável, parado diante de uma porta no segundo andar do restaurante Rei do Bacalhau, em Duque de Caxias. O semblante fechado é mera fachada, mas cumpre de forma eficiente o papel de passar “respeito”, se é que esse é o objetivo. “BG”, na realidade, é dono de fala mansa e sorriso largo, e há 15 anos é segurança do grupo de pagode Molejo, atração principal do JUCS deste ano, em Vassouras. Foi ele quem previu o que a equipe de Ecos do JUCS encontraria minutos depois, ao passar pela porta que ele guardava para conversar com Anderson Leonardo e sua trupe.

- São os caras mais humildes do mundo. Não importa o público, eles fazem show igual se for para uma ou para cem mil pessoas.

Naquele dia, o Molejo de certo não encontrou o público com o tamanho e animação que encontrará em Vassouras, no dia 2 de maio. Tinha sido uma terça-feira chuvosa, e o pagofunk do Rei do Bacalhau não recebia o público que geralmente lota a casa. No acanhado camarim do grupo, baldes com água e cerveja, além dos cabides com as roupas que usariam no show daquela noite. Descontraídos, falavam sobre a polêmica final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Vasco, disputada dias antes.

- Foi uma visão do juiz naquele momento. Erro é erro – justificava o flamenguista Anderson Leonardo, cavaquinho e voz de sucessos imortais dos anos 1990, como “Cilada”, “Brincadeira de Criança” e “Dança da Vassoura” - Mas uma coisa que você tem que saber é o seguinte. Eu, Anderson, sou Flamengo, mas o Molejo é de todos os times.

Claumirzinho endossa o coro do amigo. O percussionista rubro-negro lembra do “Samba Rock do Molejão”, escrito por ele e Anderson, mas cantado pelas torcidas de Atlético – MG e Vasco até hoje.

- Em 1999, o Edmundo foi lá e fez o “colé, colé”, depois de marcar gols em cima do Flamengo. Torcíamos para ele fazer mais gols e comemorar mais ainda, era bom para gente – relembra, por mais incoerente que possa parecer um flamenguista torcendo para um vascaíno.

Essa tipo de postura também vai de encontro com outro aspecto do Molejo apontado por “BG” antes da entrevista: segundo ele, trata-se do único grupo de pagode querido por todos os jogadores de futebol, “velhos e novos”. Os velhos, da década de 1990, são amigos da época do auge nas paradas de sucesso “uma época de ouro”, segundo Anderson Leonardo. Os novos se aproveitam de um “revival” recente de um pagode não tão antigo assim, mas que trouxe Só Pra Contrariar e Raça Negra de volta ao noticiário, por exemplo. Dentro dessa onda, o Molejo agradece ao público universitário pelo retorno ao sucesso.

- O Molejo nunca parou, mas ficamos longe dos grandes centros. Foi justamente essa galera universitária que foi nos buscar e deu uma força para gente, pedindo para irmos tocar nossas músicas antigas. Nós já temos festas de formatura para tocar até 2019 – comemora Anderson.


A gratidão não fica só no discurso: basta olhar nas capas dos álbuns mais recentes da banda para encontrar o selo “Pagode Universitário”. Eles relatam que já foram em chopadas e competições universitárias por todo o Brasil, do interior de São Paulo a Goiás, passando pelo Espírito Santo e Minas Gerais. Hoje, já estão calejados e cientes da rivalidade sadia entre diversas faculdades, e esperam não passar por eventuais constrangimentos.

- O cara já mandou eu falar um “chupa fulano”, para uma outra faculdade. Aí fui numa outra, tinha me esquecido, falei um negócio diferente.. Foi uma confusão. Mas a gente agradece a todas – resume o cantor.

Recentemente, o Molejo gravou DVD no Barra Music, casa de shows do Rio com estrutura certamente superior a de muitas chopadas e festas universitárias pelas quais a banda já passou. Para Claumirzinho, isso não é um problema.
- A gente tem noção do esforço feito para que a gente tivesse ali. Eles são as estrelas da festa, eles que escolheram o Molejo para aplaudir – explica. Anderson completa – Os caras fazem esse esforço e a gente vai reclamar de uma iluminação que não está boa? Além do mais, tão pagando nosso din-din...

Se a relação do Molejo com o ambiente universitário lhes permitiu o uso justo do rótulo “Pagode Universitário”, a relação deles com o esporte, antes restrita às canções de arquibancada, ganhou novo fôlego neste ano. Durante a disputa das Olimpíadas de Inverno em Sochi, na Rússia, “Dança da Vassoura” virou uma espécie de Hino Brasileiro do Curling, modalidade esquisita que consiste em empurrar um disco usando uma espécie de rodo sobre o gelo, mas que não decide nada no JUCS, então só a história importa, não as regras.

- Um menino do site Globo Esporte fez uma paródia com a música, e isso tomou uma proporção grande. A matéria ficou show, e acabamos nos tornando os divulgadores do curling – relembra Anderson, seguido pelas reclamações do congelamento dos pés durante as gravações das matérias, feitas pelos outros integrantes.

Com a mesma cordialidade com a qual nos receberam, o Molejo pediu licença antes de encerrar o papo, não sem antes gravar uma convocação para os Jogos e receber uma camisa da UFRJ de presente. Muito mais fácil que rimar com JUCS, tudo rima com Molejão. Até Vassouras! 

Edição do vídeo: Daniel Vinagre
Câmera: Gabriel Padilha e Daniel Vinagre
Áudio: Marcus Padilha e Pedro Souto
Apoio: Miler Alves 

sábado, 19 de abril de 2014

Amanhã, no Ecos do JUCS...
Ecos do JUCS!17:52 1 comentários

Bom é ser feliz com Molejão!


Cabo de guerra, a brincadeira decisiva
Ecos do JUCS!00:00 0 comentários

Por Luisa Pinto

As perguntas "por que cabo de guerra?" ou "desde quando isso é esporte?", e  "por que no momento mais esperado do JUCS inteiro?", com certeza pairam sobre a cabeça de muita gente ao saber que o esporte (ou brincadeira) é uma das modalidades do Jogos. A surpresa aumenta mais ainda ao saber que foi numa puxada de corda que se deu a definição do título de campeão geral na primeira edição do evento, em 2012, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Se a simples presença da disputa  já é digna de nota, é bom informar que se trata sim, de um esporte, que conta com uma federação responsável pela organização de campeonatos mundiais a cada dois anos, desde 1960. Neste ano, quando as equipes começarem a tracionar suas cordas, duas coisas são certas: emoção não vai faltar, e de brincadeira esse esporte não tem nada.

 Tudo começou no OREM, o JUCS dos estudantes de medicina, há 20 anos. O cabo de guerra era uma prova fora da competição, sem valer ponto nenhum, uma espécie de esporte-brincadeira. Com o objetivo de apenas descontrair os atletas, outras provas mais tranquilas eram realizadas, como corrida de saco e corrida com ovo na colher.

- Era mais pra reunir todas as torcidas ao mesmo tempo e ver qual era a mais legal do que pela prova em si, por isso que não valia nada -  lembra Alessandra Farina, ex-presidente da Atlética da ECO, que já marcou presença em edições do OREM.

O cabo de guerra começou a ser levado a sério quando a organização do OREM escolheu a modalidade para ser a última prova dos Jogos, valendo pontos na classificação geral. Como o JUCS e o Intereng (competição de estudantes de engenharia, que será realizado na mesma época dos nossos jogos, em Vassouras) tiveram o OREM como inspiração, a força para puxar a corda também decide as competições, já que o esporte tem pontuação normal.

- Isso é outra polêmica, que divide muito as diretorias das atléticas. Tem quem ache que não é um esporte sério e não deveria valer o mesmo que as outras modalidades, e tem quem discorde também – diz Alessandra.

No JUCS, o cabo de guerra acontece no último dia de competição, quase na hora dos ônibus partirem de volta para o Rio, e minutos antes da divulgação do resultado final. É o momento mais esperado da competição inteira, pois marca a entrada de todas as torcidas dentro de quadra, com muita provocação e uma festa bonita nas arquibancadas.

Nos Jogos de medicina, o campeão geral é quase todo ano decidido no cabo de guerra, porque as faculdades chegam no final com uma diferença muito pequena de pontuação, e quem vencer a última prova, pode, assim, levar o troféu de campeão geral para casa. 

No primeiro JUCS, foi exatamente assim que a história foi escrita. FACHA e ESPM estavam com apenas um ponto de diferença no placar geral, e ,coincidentemente, a final do masculino foi entre essas duas faculdades, então quem ganhasse a puxada, levaria o troféu geral. A ESPM levou a melhor e foi a primeira campeã geral do JUCS.

Ano passado, o cabo de guerra também foi fundamental para que a UFRJ trouxesse mais um troféu para casa. A vitória na semifinal feminina contra a FACHA, quando as meninas da ECO, quase perderam, mas viraram, numa puxada emocionante, foi de extrema importância para que, indo para a final, a UFRJ garantisse o segundo lugar geral.

As guerreiras do cabo de guerra feminino em 2013
A preparação acontecia na hora da competição mesmo. Os atletas se reuniam antes da prova para explicar os macetes, mas nunca chegaram a treinar, de verdade. Apesar de nunca ter acontecido antes, Alessandra garante que esse ano os atletas vão treinar. Afinal, é um esporte que conta tanto quanto as outras modalidades, e é preciso praticar para não perder pontos que podem, no final, custar uma vaga no pódio.
O esporte vai muito além de apenas puxar uma cordinha – que de pequena não tem nada. Existem técnicas e estratégias que ajudam na hora H, mas as atletas acharam melhor não divulgar para não entregar o ouro para os adversários.

- É uma modalidade como outra qualquer, só que subestimada – resume Daniela Vaslin,  atleta de vôlei da ECO.