domingo, 20 de abril de 2014

Tudo rima com Molejão
Ecos do JUCS!11:57 0 comentários

Por Leandro Resende

À primeira vista, Adilson “BG” é uma figura intimidadora, tanto pela elegância quanto pela cara de mau. Eram as primeiras horas da última quarta-feira (16), e ele trajava terno branco impecável, parado diante de uma porta no segundo andar do restaurante Rei do Bacalhau, em Duque de Caxias. O semblante fechado é mera fachada, mas cumpre de forma eficiente o papel de passar “respeito”, se é que esse é o objetivo. “BG”, na realidade, é dono de fala mansa e sorriso largo, e há 15 anos é segurança do grupo de pagode Molejo, atração principal do JUCS deste ano, em Vassouras. Foi ele quem previu o que a equipe de Ecos do JUCS encontraria minutos depois, ao passar pela porta que ele guardava para conversar com Anderson Leonardo e sua trupe.

- São os caras mais humildes do mundo. Não importa o público, eles fazem show igual se for para uma ou para cem mil pessoas.

Naquele dia, o Molejo de certo não encontrou o público com o tamanho e animação que encontrará em Vassouras, no dia 2 de maio. Tinha sido uma terça-feira chuvosa, e o pagofunk do Rei do Bacalhau não recebia o público que geralmente lota a casa. No acanhado camarim do grupo, baldes com água e cerveja, além dos cabides com as roupas que usariam no show daquela noite. Descontraídos, falavam sobre a polêmica final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Vasco, disputada dias antes.

- Foi uma visão do juiz naquele momento. Erro é erro – justificava o flamenguista Anderson Leonardo, cavaquinho e voz de sucessos imortais dos anos 1990, como “Cilada”, “Brincadeira de Criança” e “Dança da Vassoura” - Mas uma coisa que você tem que saber é o seguinte. Eu, Anderson, sou Flamengo, mas o Molejo é de todos os times.

Claumirzinho endossa o coro do amigo. O percussionista rubro-negro lembra do “Samba Rock do Molejão”, escrito por ele e Anderson, mas cantado pelas torcidas de Atlético – MG e Vasco até hoje.

- Em 1999, o Edmundo foi lá e fez o “colé, colé”, depois de marcar gols em cima do Flamengo. Torcíamos para ele fazer mais gols e comemorar mais ainda, era bom para gente – relembra, por mais incoerente que possa parecer um flamenguista torcendo para um vascaíno.

Essa tipo de postura também vai de encontro com outro aspecto do Molejo apontado por “BG” antes da entrevista: segundo ele, trata-se do único grupo de pagode querido por todos os jogadores de futebol, “velhos e novos”. Os velhos, da década de 1990, são amigos da época do auge nas paradas de sucesso “uma época de ouro”, segundo Anderson Leonardo. Os novos se aproveitam de um “revival” recente de um pagode não tão antigo assim, mas que trouxe Só Pra Contrariar e Raça Negra de volta ao noticiário, por exemplo. Dentro dessa onda, o Molejo agradece ao público universitário pelo retorno ao sucesso.

- O Molejo nunca parou, mas ficamos longe dos grandes centros. Foi justamente essa galera universitária que foi nos buscar e deu uma força para gente, pedindo para irmos tocar nossas músicas antigas. Nós já temos festas de formatura para tocar até 2019 – comemora Anderson.


A gratidão não fica só no discurso: basta olhar nas capas dos álbuns mais recentes da banda para encontrar o selo “Pagode Universitário”. Eles relatam que já foram em chopadas e competições universitárias por todo o Brasil, do interior de São Paulo a Goiás, passando pelo Espírito Santo e Minas Gerais. Hoje, já estão calejados e cientes da rivalidade sadia entre diversas faculdades, e esperam não passar por eventuais constrangimentos.

- O cara já mandou eu falar um “chupa fulano”, para uma outra faculdade. Aí fui numa outra, tinha me esquecido, falei um negócio diferente.. Foi uma confusão. Mas a gente agradece a todas – resume o cantor.

Recentemente, o Molejo gravou DVD no Barra Music, casa de shows do Rio com estrutura certamente superior a de muitas chopadas e festas universitárias pelas quais a banda já passou. Para Claumirzinho, isso não é um problema.
- A gente tem noção do esforço feito para que a gente tivesse ali. Eles são as estrelas da festa, eles que escolheram o Molejo para aplaudir – explica. Anderson completa – Os caras fazem esse esforço e a gente vai reclamar de uma iluminação que não está boa? Além do mais, tão pagando nosso din-din...

Se a relação do Molejo com o ambiente universitário lhes permitiu o uso justo do rótulo “Pagode Universitário”, a relação deles com o esporte, antes restrita às canções de arquibancada, ganhou novo fôlego neste ano. Durante a disputa das Olimpíadas de Inverno em Sochi, na Rússia, “Dança da Vassoura” virou uma espécie de Hino Brasileiro do Curling, modalidade esquisita que consiste em empurrar um disco usando uma espécie de rodo sobre o gelo, mas que não decide nada no JUCS, então só a história importa, não as regras.

- Um menino do site Globo Esporte fez uma paródia com a música, e isso tomou uma proporção grande. A matéria ficou show, e acabamos nos tornando os divulgadores do curling – relembra Anderson, seguido pelas reclamações do congelamento dos pés durante as gravações das matérias, feitas pelos outros integrantes.

Com a mesma cordialidade com a qual nos receberam, o Molejo pediu licença antes de encerrar o papo, não sem antes gravar uma convocação para os Jogos e receber uma camisa da UFRJ de presente. Muito mais fácil que rimar com JUCS, tudo rima com Molejão. Até Vassouras! 

Edição do vídeo: Daniel Vinagre
Câmera: Gabriel Padilha e Daniel Vinagre
Áudio: Marcus Padilha e Pedro Souto
Apoio: Miler Alves 

sábado, 19 de abril de 2014

Amanhã, no Ecos do JUCS...
Ecos do JUCS!17:52 1 comentários

Bom é ser feliz com Molejão!


Cabo de guerra, a brincadeira decisiva
Ecos do JUCS!00:00 0 comentários

Por Luisa Pinto

As perguntas "por que cabo de guerra?" ou "desde quando isso é esporte?", e  "por que no momento mais esperado do JUCS inteiro?", com certeza pairam sobre a cabeça de muita gente ao saber que o esporte (ou brincadeira) é uma das modalidades do Jogos. A surpresa aumenta mais ainda ao saber que foi numa puxada de corda que se deu a definição do título de campeão geral na primeira edição do evento, em 2012, na cidade de Juiz de Fora, Minas Gerais. Se a simples presença da disputa  já é digna de nota, é bom informar que se trata sim, de um esporte, que conta com uma federação responsável pela organização de campeonatos mundiais a cada dois anos, desde 1960. Neste ano, quando as equipes começarem a tracionar suas cordas, duas coisas são certas: emoção não vai faltar, e de brincadeira esse esporte não tem nada.

 Tudo começou no OREM, o JUCS dos estudantes de medicina, há 20 anos. O cabo de guerra era uma prova fora da competição, sem valer ponto nenhum, uma espécie de esporte-brincadeira. Com o objetivo de apenas descontrair os atletas, outras provas mais tranquilas eram realizadas, como corrida de saco e corrida com ovo na colher.

- Era mais pra reunir todas as torcidas ao mesmo tempo e ver qual era a mais legal do que pela prova em si, por isso que não valia nada -  lembra Alessandra Farina, ex-presidente da Atlética da ECO, que já marcou presença em edições do OREM.

O cabo de guerra começou a ser levado a sério quando a organização do OREM escolheu a modalidade para ser a última prova dos Jogos, valendo pontos na classificação geral. Como o JUCS e o Intereng (competição de estudantes de engenharia, que será realizado na mesma época dos nossos jogos, em Vassouras) tiveram o OREM como inspiração, a força para puxar a corda também decide as competições, já que o esporte tem pontuação normal.

- Isso é outra polêmica, que divide muito as diretorias das atléticas. Tem quem ache que não é um esporte sério e não deveria valer o mesmo que as outras modalidades, e tem quem discorde também – diz Alessandra.

No JUCS, o cabo de guerra acontece no último dia de competição, quase na hora dos ônibus partirem de volta para o Rio, e minutos antes da divulgação do resultado final. É o momento mais esperado da competição inteira, pois marca a entrada de todas as torcidas dentro de quadra, com muita provocação e uma festa bonita nas arquibancadas.

Nos Jogos de medicina, o campeão geral é quase todo ano decidido no cabo de guerra, porque as faculdades chegam no final com uma diferença muito pequena de pontuação, e quem vencer a última prova, pode, assim, levar o troféu de campeão geral para casa. 

No primeiro JUCS, foi exatamente assim que a história foi escrita. FACHA e ESPM estavam com apenas um ponto de diferença no placar geral, e ,coincidentemente, a final do masculino foi entre essas duas faculdades, então quem ganhasse a puxada, levaria o troféu geral. A ESPM levou a melhor e foi a primeira campeã geral do JUCS.

Ano passado, o cabo de guerra também foi fundamental para que a UFRJ trouxesse mais um troféu para casa. A vitória na semifinal feminina contra a FACHA, quando as meninas da ECO, quase perderam, mas viraram, numa puxada emocionante, foi de extrema importância para que, indo para a final, a UFRJ garantisse o segundo lugar geral.

As guerreiras do cabo de guerra feminino em 2013
A preparação acontecia na hora da competição mesmo. Os atletas se reuniam antes da prova para explicar os macetes, mas nunca chegaram a treinar, de verdade. Apesar de nunca ter acontecido antes, Alessandra garante que esse ano os atletas vão treinar. Afinal, é um esporte que conta tanto quanto as outras modalidades, e é preciso praticar para não perder pontos que podem, no final, custar uma vaga no pódio.
O esporte vai muito além de apenas puxar uma cordinha – que de pequena não tem nada. Existem técnicas e estratégias que ajudam na hora H, mas as atletas acharam melhor não divulgar para não entregar o ouro para os adversários.

- É uma modalidade como outra qualquer, só que subestimada – resume Daniela Vaslin,  atleta de vôlei da ECO.


quinta-feira, 17 de abril de 2014

Pra comemorar de novo: handebol da ECO em busca do bi
Ecos do JUCS!17:14 0 comentários

Por Gabriela Oliveira

Ganhar uma vez é bom mas ganhar duas sem dúvida é melhor. Quais as chances de um campeão se tornar bicampeão? Qual a probabilidade de um time que venceu continuar vencendo? A matemática pode responder com números, mas nós podemos responder com fatos. As meninas do Orange Sharks, time de handebol feminino da ECO-UFRJ, campeão da ultima edição do JUCS, se preparam pra conquistar o bicampeonato nesse ano. 

Na primeira edição do evento, em 2012, elas ficaram com o quarto lugar depois de perder nas semifinais para PUC, derrotada pela ESPM na decisão. Porém, no ano passado, dois reforços mudaram a cara do time: a goleira Fernanda Beatriz e a ponta armadora Nicole Sanchonete. Assim, o time se fortaleceu e adquiriu confiança suficiente pra buscar a vitória, que veio até fácil, tamanho o preparo das comandadas de Luiz Antônio Brasil. 

Em 2013, a estreia foi contra a FACHA e vitória por 9 a 5. Na partida seguinte, goleada de 11 a 1 sobre o CCAA, mesmo com os desfalques de duas jogadoras importantes: a capitã Helena Bielinski, que cumpria suspensão, e Maria Fernanda, a Mafê, que havia deslocado o ombro na final do basquete, mais no cedo naquele dia. 

Na final, elas tiveram time completo contra a PUC e fizeram um jogo tranquilo, mantendo o bom desempenho. Nas palavras da goleira Fernanda: 

- O time de handebol feminino foi o time da ECO que teve mais facilidade nos jogo, demonstrando que somos um time forte em toda a faculdade e não só no JUCS.

Com reforços, meninas da ECO partem para Vassouras em busca do bicampeonato no hande


Duas importantes jogadoras não estarão presentes na busca pelo bi neste ano: Gabriela Corrêa, que está fazendo intercâmbio nos Estados Unidos, e Nicole Sanchonete, que estará viajando durante o evento. Por outro lado, novas integrantes chegam para somar à equipe: a caloura Hellen Guimarães e a estudante de design da UFRJ, Manuella Schorchit, que diz ter sido muito bem recebida e está animada para seu primeiro JUCS - agora, estudantes do curso também podem participar das competições. 

- Bem, eu faço design e é meio notório que a galera é sedentária (risos). Apesar de ser um curso novo, acredito que nunca teve nenhum campeonato do tipo, mas ficaria feliz se tivesse. Então, eu estou competindo como se fosse da ECO. É muita honra, já que ela tem um histórico bem bonito no JUCS e a Escola é a melhor do Brasil -  indica Manuella. 

Muita honra, mas também muita pressão. Por serem as atuais campeãs, as Orange Sharks estão se empenhando muito mais para conquistar o bi. Não basta manter o nível de atuação, é preciso elevá-lo, e pra isso não há outro meio além de muito treino.

- O time vem se esforçando e trabalhando, e não esta sendo fácil, mas além de habilidade, todo mundo tem muita raça e amor! Acredito que dessa soma vamos ter algo  positivo -  diz a novata.

Todo este esforço e dedicação serão postos à prova em Vassouras, e nós torcemos para que as meninas voltem sendo bicampeãs. 

quarta-feira, 16 de abril de 2014

Renovação no futsal masculino e a busca pelo bicampeonato
Ecos do JUCS!15:12 0 comentários

Por Ivete Silva

Ser campeão, qualquer que seja o esporte, sempre é um momento único e indescritível. Mas, assim que um campeonato é ganho, o vencedor já passa a ser o alvo dos adversários no primeiro minuto após a conquista. Desbancar o atual campeão se torna o objetivo de todos os outros competidores.

O futsal masculino da ECO começou a viver essa dupla situação ao vencer a PUC por 2 a 1 na final da última edição do JUCS. Isso após passar pela UVA no primeiro jogo - a UFRJ vencia por 3 a 0, mas antes que se iniciasse o segundo tempo um atleta irregular foi descoberto e a partida encerrado - e pelo CCAA na semifinal, por 4 a 3.

Ciente da sua posição em relação às outras equipes, os campeões estão em ritmo intenso de treinos desde fevereiro.

- Vencer em 2013 foi uma surpresa para muitos, mas não para nós. Sabemos que somos o time a ser batido então estamos dando o máximo para chegarmos lá e conquistarmos esse bicampeonato - avalia o capitão Matheus Quelhas.
Após vencer a PUC por 2 a 1 na final, o capitão Matheus Quelhas levanta a taça
A preparação inclui também as partidas do Universitário Bom de Bola, torneio que conta com equipes de Administração, Direito, Engenharia e Medicina de outras universidades. Outro time de Comunicação que também está competindo é o da IBMEC, que não estará em Vassouras.

A competição serve como um termômetro para o JUCS. Logo na estreia, no dia 30 de março, um bom presságio: vitória de 4 a 3 enfrentando Direito da UFF. A próxima rodada será contra Direito da UCAM Jacarepaguá no dia 27 de abril no América Futebol Clube. Os jogos da primeira fase seguem até 25 de maio.

Como todo time que inicia um novo ciclo, mudanças aconteceram. Algumas peças se despediram. Entre as baixas que serão sentidas está Gabriel "Pardal" Tolentino, que fechou o gol em 2013, e o muso Rodrigo Lois, que foi negociado com o futebol alemão. Mas outros talentos foram garimpados e já estão à disposição do técnico Diogo Durão para que a taça permaneça na Praia Vermelha.

- Os novatos estão muito bem, chegou gente muito boa, com qualidade e que está contribuindo para a renovação - comenta Lucas Altino, diretor esportivo da Atlética da ECO e jogador da equipe de futsal.

Além de Altino e dos recém-chegados, estarão em Vassouras os remanescentes dos anos anteriores: Arthur Gomes, Matheus Quelhas, Maurício Azevedo e Raphael Cerqueira.

Os novos rostos do time

Com a missão de substituir o antigo dono da camisa 1, Victor Abrahão está empenhado em corresponder à altura. Considerada por muitos uma posição ingrata, o estudante do 2º período de Comunicação Social se juntou ao grupo depois de um convite dos próprios campeões.

- O pessoal soube que eu era goleiro e comentaram comigo sobre a equipe. Fiquei animado com a ideia de jogar e a partir de então me comprometi - disse o novo arqueiro que defende em partidas de futsal desde os cinco anos.

Logo no primeiro jogo oficial de 2014, foram dois gols marcados. Assim foi a estreia de Gabriel Kupfer com a camisa da ECO.

- Minha expectativa para o JUCS está lá em cima. O que eu mais quero é ver nosso time ser campeão novamente e dessa vez ficar com o primeiro lugar geral também - disse, empolgado.
Já com os novatos Gabriel Kupfer (43), Douglas (13) e Victor (goleiro), a equipe estreia no Universitário Bom de Bola
A ansiedade também é grande para Gabriel Monteiro. Ainda mais pela responsabilidade que ele e todo time têm pela frente.

- Acredito que os jogos serão difíceis, ninguém quer perder. Mas estamos confiantes, o Diogo Durão é um ótimo técnico e a preparação está caminhando bem - resumiu.

Representar a ECO no JUCS é sonho antigo para Douglas Oliveira.

- Eu cheguei a aparecer em alguns treinos do ano passado, mas não dei continuidade. Mas esse ano venho trabalhando para chegarmos bem ao JUCS - relembrou o aluno do 5º período de Rádio e TV.

Grande parte dos jogadores do futsal já tiveram alguma experiência com o esporte, em sua maioria na época de escola. Entre os rostos novos, há quem tenha uma “vida” na modalidade. Lucas Costa joga desde os sete anos de idade e já atuou em clubes do Rio de Janeiro como Fluminense, Olaria e Portuguesa. Assim como Douglas, defender a UFRJ não é uma ideia recente.

- Quando eu conheci a Atlética já queria jogar, mas não consegui porque tive uma lesão e precisei operar o ombro. Esse ano como estava recuperado, comecei a ir desde o primeiro treino - contou Lucas. O estudante do 5º período de Jornalismo não esconde sua meta ambiciosa: - Espero ser titular.

Na reserva ou em quadra, a única certeza que Lucas e os demais podem ter é que o primeiro embate em busca do cobiçado troféu de campeão será contra a Faculdade CCAA.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Sem espaço para lamentações
Ecos do JUCS!00:00 0 comentários

Por Gabriella Azevedo

Um é uma das principais peças do vitorioso time de futsal masculino. A outra joga em três modalidades, e faz a diferença em todas. Ele, mais velho que a maioria dos colegas de time, leva experiência e serenidade para dentro das quadras. Ela, com habilidade de sobra, traz mais ousadia, mas não deixa de lado a disciplina. Diferenças e semelhanças à parte, em 2014, os atletas Rodrigo Lois e Gabriela Corrêa resolveram partir em busca de conquistas que ultrapassavam as fronteiras do Brasil, deixando seus sonhos em terras tupiniquins um pouco mais distantes.

Juntos, participaram dos três títulos conquistados pela ECO na última edição do JUCS: Gabi é atual campeã no handball e bicampeã no basquete; já Rodrigo conquistou o título inédito para o, até então, desacreditado time de futsal. A soma da pontuação das três conquistas, além do terceiro lugar no futsal feminino – no qual Gabi é grande destaque –, contribuiu para levar a UFRJ ao vice-campeonato geral, alçando a universidade ao status de potência esportiva dos Jogos. Depois de amargar o quarto lugar recheado de eliminações precoces em 2012, a ECO conquistou o respeito e o medo dos adversários com participações decisivas dos belos e feras.

Os dois atletas partiram para destinos diferentes: Rodrigo embarcou rumo à Alemanha, e Gabi se instalou nos Estados Unidos. Apesar disso, a distância se mostrou apenas territorial, pois o envolvimento com o esporte permaneceu o mesmo. Embora esteja a mais de 10 mil quilômetros de distância, em Berlim, R9, como é conhecido entre os parceiros de time, atua como correspondente esportivo pelo Passaporte SporTV. E a eterna camisa 15, moradora de Niterói, faz intercâmbio na Califórnia, mas encarou o desafio de fazer parte de um time de futebol de campo por lá. Mesmo com a chance de trabalhar e estudar no exterior, ambos confessam que a primeira coisa que veio a cabeça após a decisão de levantar voo foi a certeza da ausência na competição.

- Uma das primeiras coisas que pensei quando aceitei o desafio de ser correspondente do SporTV na Europa foi: ‘Puta merda, vou perder o JUCS’. Eu até cogitei dar um pulo rápido em Vassouras. Mas isso segue em mistério - brinca o pivô, que não descarta uma aparição surpresa na edição, o que levaria muitos marmanjos às lágrimas. Depois de conquistar o título do futsal em uma dramática final contra a arquirrival PUC-Rio, o muso do time lamenta que não terá a oportunidade de buscar o bicampeonato esse ano.

- Ser campeão do futsal foi maravilhoso. Um dos melhores títulos da minha nobre carreira de jogador amador. Ainda mais do jeito que foi, excelente campanha, jogo dramático na final, contra um rival e adversário de peso. Acho que a responsabilidade do time em 2014 vai ser ainda maior, porque teremos que confirmar a nossa força - revela Lois, que ainda fala como jogador do time. 

- Não que eu seja um craque como a Gabi, mas acho que tive e ainda tenho um papel importante no grupo.

Além de "gato e bonito", não dá mole nas entradas ao vivo para o SporTV, diretamente da Alemanha
Fã assumido do R9, Lucas Altino, ex-diretor esportivo da Atlética e companheiro do time de futsal, revela que o comprometimento do pivô sempre foi notório, o que fazia diferença no rendimento do time, inclusive contribuindo com o transporte dos atletas para os treinos.

- O Rodrigo é um cara que quase ninguém do time conhecia. Macaco velho da ECO. Na reta final de preparação pro primeiro JUCS ele apareceu para treinar e abraçou a causa, se dedicou muito desde então. Rapidamente se tornou um dos pilares da equipe, um cara com quem o técnico poderia contar. Ele era um cara que sempre levantava a moral do time quando precisava, amigo de geral. E estamos sentindo falta das caronas dele também - brinca.

Sonhando com o campeonato geral, Gabriela Corrêa acredita que o título não é uma realidade distante, mas lamenta não fazer parte dessa possível conquista.

- É difícil conseguir ficar longe depois de ter me dedicado tanto nos dois primeiros anos, e principalmente depois do último JUCS, onde tivemos ótimos resultados. Saímos dele com aquela sede de vitória, sede de quero mais, de ‘podemos mais’ e mais do que nunca querendo o título geral e sabendo que ele não é utopia alguma -garante a jogadora.
Amiga da ala antes mesmo de fazerem parte do time de futsal feminino, María José Benítez não esconde a saudade da “melhor jogadora do time”.

- Como atleta, acho que é um desfalque para todas as modalidades, principalmente para o futsal. Como amiga, eu realmente estou sentindo uma falta enorme, minha amiga fiel dentro e fora das quadras. Sem dúvidas, o JUCS não será o mesmo para mim sem ela - se emociona Majo.

"Joga pra c..., isso que te dói! A Gabi de Niterói", gastando a onda nos States
Apesar dos dois jogadores a menos, os times têm se preparado e ganharam reforços importantes para suprir as carências. O objetivo é que o desempenho das equipes não seja comprometido. Tanto Altino quanto a equatoriana Majo afirmam que a chegada dos novos jogadores minimiza a falta dos craques.

- Acho que pela primeira vez está rolando uma renovação maneira, apesar da base principal ainda ser a mesma. Em termos de qualidade técnica, conseguimos suprir bem - comemora Lucas.

Tentando não sentir o peso da distância, mesmo de longe, os dois atletas ainda se envolvem com as novidades dos times e esperam a manutenção dos bons resultados, que fazem jus ao título de Melhor do Brasil e ao orgulho de ser parte de um mundo que não é para todos.

- Torço muito pela ECO, amo poder fazer parte dessa faculdade, poder bater no peito e dizer que sou da Federal, e quero comemorar muitos títulos ainda. Estando presente fisicamente, ou não - diz Gabi.

Rodrigo faz coro com a poliatleta e direciona, especialmente, sua torcida para seus companheiros. Faz ainda uma exigência: quer ser lembrado na festa do título.

- Espero de verdade que a ECO seja bicampeã no futsal, vou comemorar muito aqui na Alemanha.

A camisa 15 do basquete, handball e futsal reforça a expectativa positiva junto com Lois, e não esconde sua paixão pelas modalidades que defende.

- Os três times que eu tenho o prazer de fazer parte tem capacidade total para vencer esse JUCS, e eu, mesmo de longe, vou torcer e ficar com o coração apertado durante todos os dias de competição! Vou esperar três mensagens dizendo: ‘Campeãs!’ - resume.

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Equipes da ECO disputaram amistosos no fim de semana
Ecos do JUCS!00:30 0 comentários

Por Luiza Tavares

Em fase final de preparação para o JUCS, as equipes de handebol, vôlei e futsal masculino da ECO entraram em quadra neste fim de semana. Com alguns desfalques, os resultados não foram os melhores, os atletas apontaram pontos positivos e aspectos que ainda podem evoluir até o começo dos jogos, em maio.

Sem três jogadoras, o handebol feminino terminou em quarto lugar no torneio “Barril`s Cup”, no sábado. O campeonato contou com a participação de cinco equipes treinadas pelo mesmo técnico, Luiz Antônio Brasil. O primeiro jogo do dia foi realizado contra o time de engenharia da UFRJ e terminou com a vitória do adversário por 5 a 4.

- Acho que o nosso problema foi demorar a entrar no ritmo. Como nesse campeonato os jogos eram de apenas 20min, ou você entrava com tudo, ou não dava tempo de “ganhar embalo”, digamos assim. Estava muito justo e perdemos por apenas um gol. Talvez, se fosse num jogo de tempo normal teríamos conseguido a vitória. - ponderou a ala Alessandra Farina.

A segunda partida conferiu à ECO uma vitória inédita sobre um time bastante conhecido para as meninas: Direito UFRJ. O placar começou com uma grande diferença de 4 a 0 para as ecoínas, com uma mudança de estratégia por parte das adversárias, que começaram a fazer marcação individual, a diferença diminuiu, terminando em 6 a 5. Logo em seguida as atletas entraram para fazer sua terceira participação no campeonato contra Medicina UERJ. Com as jogadoras entrando desgastadas em campo e com a defesa jogando mal, o resultado foi de 5 a 2 para as rivais.

Na opinião de Alessandra, a última partida, contra Engenharia UFF, foi a melhor, pelo bom comportamento da defesa. O jogo, porém, durou só 15 minutos, por conta do horário de encerramento do campeonato.

- Foi um torneio bem proveitoso, jogamos de igual para igual com todas as equipes. Foi interessante ver como o nosso time amadureceu durante o campeonato enfrentando 4 times bem diferentes entre si e tendo que conseguir se adaptar rapidamente a situações muito adversas. – declarou a goleira Fernanda Beatriz Oliveira.
Ataque da ECO em ação na vitória contra o Direito UFRJ 
Os meninos do handebol masculino passaram o dia acompanhando o “Barril`s Cup” e dando força as companheiras. Num dos intervalos, a equipe enfrentou um combinado de alunos da Engenharia UFF, que convidou atletas de outros equipes para participar do jogo. Desfalcado, o time da ECO largou na frente no primeiro tempo, mas cansou no segundo e acabou derrotada por 14 a 10.

O domingo começou com a derrota do futsal masculino para Direito Unirio de 4 a 2 no campeonato Universitário Bom de Bola. O time não contou com a presença de Matheus Quelhas, jogador de grande importância para a equipe na opinião de Renato Senna, atleta do grupo. Os oponentes jogaram 100% do tempo utilizando um goleiro-linha. A partir dessa estratégia, o goleiro passa a ser um jogador de linha quando o time tem a posse de bola. Com um ataque de 5 contra 4, a exigência física é maior, provocando muitas alterações além de uma desvantagem numérica. A equipe da Unirio largou na frente abrindo um placar de 2 a 0. Logo após chegar ao empate, o time da ECO levou o terceiro gol. Já no final da partida, eles marcaram o quarto, consagrando a vitória.

- Tivemos que nos defender em desvantagem o jogo todo e a parte física acabou pesando, mas eu acho que fizemos um bom jogo – declara Renato

- Marcamos bem. O time deles é muito bom, bastante técnico, mas conseguimos fazer a nossa parte – avalia o também integrante da equipe, Lucas Altino.

No mesmo dia, o vôlei feminino fez uma atuação que deixou a levantadora do time, Mariana Polonini bastante esperançosa. Para ela, a equipe está no caminho certo para obter bons resultados no JUCS. O amistoso foi contra Medicina UFRJ, atual campeã do OREM e terminou com uma derrota de 3 sets a 1, mas não há motivo para desanimar. O primeiro set foi ganho pelas rivais por uma grande diferença de pontos. Já o segundo quem levou foi a ECO. O terceiro e o quarto foram perdidos com um placar mais equilibrado.
Equipes do vôlei também entraram em quadra
- Jogamos muito bem, nem sabia que conseguiríamos ter tanto volume assim. Inclusive, a minha expectativa para o JUCS aumentou muito. – elogia Mariana.

Encerrando os jogos do fim de semana, o vôlei masculino foi derrotado por 3 sets a 0 também contra Medicina UFRJ, também campeã do OREM 2013. No entanto, assim como a equipe feminina, o resultado não abalou os atletas. Para Thiago Patrick, ponteiro do time, ainda há muito a melhorar, mas ressalta que a união e a determinação do grupo faz muita diferença.

- Tem que ter padrão de saque mais ofensivo, os meias têm que se soltar mais na quadra, os levantadores tem que ter mais confiança no toque de bola. Acho que o padrão de jogo tem que melhorar muito pra gente entrar pra competir com a PUC (primeiro adversário no JUCS e vice campeão da edição 2013) de igual pra igual. Mas existe também um destaque positivo: a equipe esta bem unida, bem coesa e querendo evoluir. Isso aponta que estamos no caminho certo. – resumiu Thiago.